terça-feira, 12 de junho de 2012

Voar em Guimarães


      Era uma vez um menino chamado Afonso João que tinha uma amiga especial, a sua bicicleta, que lhe permitia viajar no tempo e no espaço.
    Certa noite combinaram viver uma fantástica aventura voando em Guimarães e recuando até ao século X, ao tempo da Condessa Mumadona Dias.
    A Condessa Mumadona Dias vivia no castelo de Vimaranes, vestia-se de forma rica como convinha por ser governante do    Condado de Portucale e senhora da vila de Vimaranes. Era a mulher mais rica, famosa e culta do Noroeste Peninsular, devido aos seus bens e preciosa biblioteca.
   Na conversa que teve com Afonso João mostrou-se muito preocupada com as invasões dos Vikings que vinham do Norte da Europa e dos Muçulmanos que já tinham passado o Rio Douro. Era uma Condessa que amava e defendia a sua terra e as suas gentes. Entretanto os dois amigos iniciaram uma nova viagem, avançando até ao século XII.
     E quem encontraram nesta viagem? Encontraram o rei D. Afonso Henriques que vinha apresentar a sua esposa, a rainha D. Mafalda de Sabóia às pessoas de Guimarães.
Afonso João conversou com D. Afonso Henriques sobre o nascimento do reino do Portugal, das lutas e das batalhas que travou com as tropas fiéis à sua mãe e ao governo de Galiza e contra o seu primo Afonso VII, rei de Leão e Castela, na batalha de S. Mamede. Falou-lhe também da reconquista de terras aos Mouros no Sul do Reino. Explicou-lhe a importância de Guimarães e das suas gentes no nascimento de Portugal.
      Mais uma vez a bicicleta interrompeu a conversa e iniciaram uma nova viagem. Num instante, voam até ao século XIII, aos reinados de D. Afonso III e de D. Dinis. Afonso João fica maravilhado com as alterações que a vila tinha sofrido, com duas muralhas e duas vilas: a de “cima” ou do castelo e de “baixo” ou Guimarães.
     No burgo medieval, observou todos os trabalhos que os seus habitantes faziam: os ferreiros que fabricavam armas para guerras, os “mesteres” agrupados por ruas, como dos Mercadores, dos Sapateiros, das Ferrarias, da Forja… Ao ver uma oliveira lembrou-se que devia utilizar a senha “Pêro Esteves, 1342” e logo a oliveira lhe contou a sua história.
     Contou-lhe que veio de S. Torcato e que murchou. Foi Pêro Esteves que, ao colocar ao seu lado uma cruz que trouxe da Normandia, a fez voltar a ganhar vida. Este milagre fez com que viessem fiéis de todo o reino e o culto a Nossa Senhora da Oliveira aumentou e alastrou-se a todo o país.
Afonso João voou mais uma vez para o século XV onde a Igreja da Colegiada de Santa Maria da Oliveira lhe contou muitas histórias, entre elas, que D. João I, após a batalha de Aljubarrota, vem a Guimarães rezar e agradecer a vitória aos castelhanos.
     Contou-lhe também que, mais tarde, D. Afonso, oitavo Conde de Barcelos, e primeiro Duque de Bragança, mandou construir o imponente Paço dos Duques de Bragança e aí viveu com D. Constança de Noronha que, mais tarde, o transformou num hospital para pobres e doentes que curava com as próprias mãos.
      Finalmente, a conversa tornou a ser interrompida pela bicicleta que o levou de volta para a sua casa onde todos ainda dormiam.

5.ºF

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